A relação entre marcas e públicos tornou-se exigente e criteriosa. Hoje, o consumidor não aceita discursos vazios: quer coerência entre aquilo que as marcas proclamam e aquilo que efectivamente implementam. Inclusão e diversidade deixaram de ser slogans de circunstância para transformarem-se em vectores estratégicos que potenciam reputação, penetração de mercado e lealdade — desde que praticados com sinceridade.
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O novo contrato entre marcas e consumidores
No actual panorama, os consumidores exigem mais do que imagens inclusivas: querem ver compromisso real. A representação simbólica, sem políticas consistentes ou inclusão estrutural, já não convence. É necessário que os esforços sejam sustentados em iniciativas concretas: políticas de recrutamento inclusivas, apoio a fornecedores diversos e acessibilidade efectiva em produtos e serviços.
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Inclusão como vantagem competitiva
Marcas que integram inclusão de forma profunda colhem benefícios substanciais:
- Acessibilidade integrada com design universal — plataformas compatíveis com leitores de ecrã, rotulagem para deficiência visual, e interfaces pensadas para múltiplos públicos.
- Comunicação autêntica e diversa — campanhas que eliminam estereótipos e valorizam narrativas genuínas em vez de imagens superficiais.
- Cadeias de abastecimento inclusivas — por exemplo, colaborando com PME geridas por grupos historicamente sub-representados.
Segundo dados citados pela Vorecol, empresas com elevada diversidade étnica e racial têm 35% mais probabilidades de superar a concorrência, e a Fenty Beauty comprovou que a inclusão pode também traduzir-se em sucesso financeiro, tendo alcançado mais de 100 milhões de dólares em vendas nos primeiros 40 dias com o seu leque extensivo de bases cosméticas inclusivas. Vorecol
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Autenticidade: de dentro para fora
A verdadeira inclusão começa no seio da organização. Equipas, liderança e cultura corporativa devem reflectir os valores que a marca promove externamente. Ben & Jerry’s é um bom exemplo: não promove apenas causas em publicitário, mas fomenta a diversidade internamente e toma posições claras em justiça social, definindo o seu compromisso a partir de políticas internas coerentes. MediumJoin The Collective
Kaan Uğrasız reforça esta lógica: uma comunicação externa só terá impacto se estiver verdadeiramente alinhada com a cultura interna da empresa. Medium
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Medir o progresso
A inclusão só é significativa se se medir, e se anunciar resultados com transparência. Indicadores recomendados incluem: percentagem de funcionários em funções de liderança, acessibilidade das plataformas digitais, diversidade de fornecedores e feedback das comunidades visadas.
Empresas como Deloitte verificaram que uma campanha orientada para a diversidade interna aumentou o engagement dos funcionários em 22 %, e a Shell registou um crescimento de 15 % na diversidade da liderança após medidas concretas. Vorecol
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Riscos de má execução
A inclusão performativa, também designada tokenism é um fenómeno frequentemente denunciado e prejudicial. Trata-se de representações superficiais ou simbólicas sem compromisso real, frequentemente visíveis em campanhas rápidas, sem políticas internas robustas. O dicionário Wikipédia define tokenismo como “um esforço superficial ou simbólico para parecer inclusivo”. WikipédiaWikipedia
A Purple Goat Agency alerta que tokenismo pode alienar públicos; por exemplo, incluir uma pessoa negra num anúncio sem integrá-la de forma significativa é um sinal claro de falta de autenticidade. Purple Goat Agency
Loren Childress é categórica: “consumidores percebem as campanhas performativas, que assassinham a credibilidade da marca”. Content Queens
Conclusão
Em 2025, inclusão deixou de ser filantropia para se tornar estratégia fundamental. As marcas que proporcionam inclusão real, transversal e mensurável ganham confiança, notoriedade e resultados concretos. Alinhar valores, práticas e comunicação — com métricas transparentes, é tão importante quanto qualquer campanha bem decorada.